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Sambaqui
O Figueirinha I, com cerca de 18 metros de altura1
Sambaqui (do tupi samba'kï;
literalmente "monte de conchas"), também conhecidos
como cascais, concheiros, casqueiros,berbigueiros ou até mesmo
pelo termo em inglês shell-mounds,
são depósitos construídos pelo homem constituídos por materiais orgânicos,
calcários e que, empilhados ao longo do tempo vem sofrendo a ação de
intempérie; acabaram por sofrer uma fossilização química, já que a chuva
deforma as estruturas dos moluscos e
dos ossos enterrados, difundindo o cálcio em toda a
estrutura e petrificando os detritos e ossadas porventura ali
existentes*.Alguns grupos indígenas os utilizavam como santuário, enterrando
neles os seus mortos. Outros os escolhiam como locais especiais para construir
suas malocas.
*Ou seja:elevações
formadas por diversos vestígios fóseis.
Os sambaquis são uma importante fontes de
estudos.Pesquisando seu conteúdo ,pode-se saber sobre a vida dos primeiros
povoados do atual território brasileiro, como sua alimentação, seus
conhecimentos técnicos, a fauna e a flora da época, etc.Os excrementos humanos
fossilizados podem nos informar, por exemplo, sobre as doenças que aqueles
homens e mulheres tinham.
São comuns em
todo o litoral do Atlântico, sendo
mais raros no Pacífico[carece de fontes],
mas notando-se exemplares até no norte da Europa. O formato varia do cônico ao
semi-esférico, a altura pode ser de menos de um metro ou até de 25 metros,
também podendo se estender por longas áreas em termos de comprimento.
Brasil
Sambaqui Figueirinha II.
No Brasil, os sambaquis são distribuídos por toda a costa,
chamando a atenção do europeu logo no início da colonização. A diferença de
hábitos culturais e alimentares, levou à conclusão de que eram obra de uma
sociedade distinta daquela dos Tupi-guaranis, que
então povoavam toda a região costeira do
país. Estudos recentes, sugerem que os sambaquis tenham sido produzidos por
povos que viveram na costa brasileira entre 8 mil e 2 mil anos antes do
presente.2
No século IX, esses
monumentos pré-históricos foram visitados
pelo Imperador D. Pedro II, exímio
naturalista, que por eles
se encantou. Noséculo
XX, foram alvos de estudos por parte da Universidade de São Paulo e atraíram a
atenção de Paul Rivet, o
lendário diretor do Museu do Homem, e
"pai" da moderna Antropologia americana. No litoral sul do Brasil foram
estudados pelo arqueólogo João Alfredo Rohr.
Hoje, os sítios mais importantes estão localizados
no litoral sul do estado de Santa Catarina. As
cidades de Laguna e Jaguaruna abrigam 42
sambaquis dos mais diversos tamanhos e alturas, destacando-se entre eles o
Garopaba do Sul e o Jaboticabeira, (em Jaguaruna); e os
Figueirinha I e II, mais precisamente na praia de Nova Camboriú (também em Jaguaruna). Segundo
análise de camadas intermediárias enviadas a um laboratório
americano em
maio de 2010, o Figueirinha I, por volta de 2510 a.C, já teria 2/3 de seu
tamanho atual. Para efeito de comparação, a maior das pirâmides do Complexo
de Gizé, a de Kufu,
foi construída apenas 40 anos antes.
Características
O Ídolo de Iguape, estatuetadescoberta
pelo pesquisador Ricardo Krone em Iguape, em 1906, a 1km do sambaqui do Morro Grande.
Os sambaquis predominam em regiões costeiras de
recorte acentuado, como baías, enseadas, restingas, ilhas próximas
à costa ouestuários, como o
litoral catarinense, Baía
da Guanabara, Baía de Todos os Santos e a região de São Vicente, no litoral paulista. Como eram fonte
fácil e abundante de calcário para a construção, muitas destas áreas serviram
de base para as povoações iniciadas pelos europeus,2 colaborando com
a destruição de muitos desses sítios arqueológicos.
Os grupos que construíam os sambaquis
alimentavam-se de moluscos, frutos silvestres e caça de
pequenos animais. Análises químicas revelam que sua dieta era farta também em peixes, o que permite concluir que, embora
representassem uma cultura tipicamente de pescadores-coletores, também poderiam
levar uma vida de hábitos sedentários.2 Esses povos,
tinham o costume de acumular
os restos de alimentos, enfeites que usavam no corpo e artefatos quebrados e
inteiros no entorno de sua moradia. Outro hábito comum era o de realizar
sepultamentos no próprio sambaqui, com o tempo era aplainado o terreno e
rearrumada a camada de cima do local.
Várias
atividades do cotidiano eram feitas no lugar onde eles moravam. Por exemplo,
objetos como raspadores de conchas e facas de pedra encontradas nos sambaquis
sugerem que eles fabricavam no próprio local objetos de madeira, couro e fibra. Os batedores, suportes de pedra e a
grande quantidade de lasquinhas indicam a fabricação de objetos de pedras. Os
restos de fogueiras mostram que também lá preparavam alimentos e se aqueciam.
Os mortos eram enfeitados com objetos que resistiam
ao tempo. É comum encontrar entre os esqueletos, dentes e vértebras de animais
comotubarões, macacos, porcos-do-mato, além
de conchas trabalhadas,
que formavam colares. Outros objetos, como pontas de osso e
lâminas de machado, também são achados junto com os mortos. Enterrar
as pessoas envolvia cuidados como preparar a cova, muitas vezes forrando-a com argila, areia, corantes, palha e madeira,
mas isso nem sempre é observado.
Os moradores tinham perto de onde moravam o
material necessário para seus artefatos (ossos de animais, conchas, quartzo, gnaisse ediabásio), que
deviam ser simples de serem fabricados. Só as esculturas esmeradamente feitas
em pedra polida, chamadas zoólitos, parecem ter exigido mais trabalho.
Portugal
·
Os concheiros do
Sado;
·
Os concheiros
algarvios.
EUA e Canadá
Na América
do Norte foram
encontrados "sambaquis" bem menores - às vezes com menos de dois
metros de altura - e com o objetivo de traçar desenhos no terreno que só podem
ser vistos do alto. A maior frequência desses sítios arqueológicos registra-se
na fronteira dos Grandes Lagos.
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